terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Capítulo 28 - Caminhos


            No silêncio do meu quarto, fecho os olhos para que o sono venha e me abrace, me levando para longe dessas águas turbulentas. São três horas da manhã, e continuo a rolar na cama, escondendo-me nos lençóis, com minha cabeça embaixo do travesseiro, tentando esvaziar minha mente para que eu possa dormir. Mas é impossível.

            Não há como minha mente não ficar pensando em mil e uma coisas simultaneamente, e nem ao menos tenho o sono ou a companhia de Dan para afastar meus medos. Sentando-me na minha cama, desistindo de esperar pelo sono encaro o quarto à minha volta. Está tudo escuro, e me vejo tentada a descer as escadas.

            No entanto, não sei se estou preparada para mais um dos meus encontros noturnos com Dan. Eles nunca tiveram bons resultados. E muito menos agora seria diferente.

            É incrível que a neve ainda continue a cair no seu ritmo tranqüilo enquanto toda a minha vida parece desmoronar em alta velocidade. Contemplo a noite pela janela do meu quarto, vendo um novo mundo que eu sonhara tanto em conhecer, mas em diferentes situações.

            Eu não sei se serei capaz de voltar à vida que agora meus pais me propõem. Faculdade, antigos amigos de escola, até mesmo Marcelo, parecem tão pouco frente à intensidade do que eu vivi com Dan.

            Afasto esses pensamentos da minha mente. É como se eu me despedisse de Dan. Mas mesmo não tendo o perdoado, não estou pronta para vê-lo sair da minha vida, quando ele se tornou a parte mais importante dela. O meu oxigênio.

            Como uma resposta aos meus pensamentos, olhando para baixo, para onde os flocos de neve se depositam, pintando o chão num branco imaculado, diviso Dan saindo da casa, e antes mesmo que eu possa entender o que ele está fazendo, me percebo chorando novamente.

            Ele carrega as suas duas malas, se dirigindo ao carro decididamente, sem nem ao menos olhar para trás. A minha consciência, a antiga Manuela que ganhara força dentro de mim, acreditando que sua vida de sonhos seria recomeçada de onde parara, grita para que eu pare.  Mas a Manuela que surgira desde o meu aniversário de dezessete anos, que fora alimentada pelo meu amor por Dan, embora enfraquecida, no seu leito de morte, tem seu último sopro de vida, antes de desfalecer, fazendo-me descer as escadas correndo, sem me importar que eu esteja vestindo ainda a mesma roupa, e calçando apenas uma sandália.

            Eu encontro meus pais subindo as escadas, curiosos com minha aflição ao descê-las. O olhar da minha mãe parece ter compreendido minhas razões, embora meu pai permaneça em dúvida.

            __Mãe, para onde o Dan está indo?! __Pergunto sem fôlego.

            __Filha... __Meu pai inicia com um sorriso satisfeito. __Nós vamos derrotar o Silas. Conseguimos contatar meus novos aliados que darão todo o suporte para Dan conseguir executá-lo. Ficaremos livres e poderemos voltar para casa.

            __O quê?! __Exclamo continuando a descer as escadas enlouquecidamente, em direção a porta antes que Dan parta. __É muito perigoso. É impossível matar o Silas.

            __É isso que o Dan faz, filha. __Meu pai continua complacente. __E ele é o melhor no que faz. Vai dar tudo certo.

            __Manuela...__Chama minha mãe quando alcanço a porta, não me importando que o vento frio que entra por ela me faça congelar. __Veja lá o que você está fazendo.

            __Não, mãe. Não me impeça isso. __Choramingo, embora minhas lágrimas quase virem pedaços de gelo quando percorro a distância até o carro no qual Dan já entrou. Eu grito o seu nome antes que ele dê a partida, tremendo, embora eu saiba que não é apenas pelo frio cortante que queima a minha pele.

            __Manuela, o que você está fazendo?! __Dan indaga, saindo do carro e retirando seu casaco com o qual me envolve, me olhando num misto de ternura e dor. __Você vai congelar aqui fora. Entre. Volte para os seus pais.

            __Por que você está fazendo isso?! Voltando para aquele pesadelo?! Para matar Silas?! Por quê?! É pelo dinheiro?! Meus pais pagaram mais cinco milhões de euros para fazer isso?! Você vale muito mais do que esse dinheiro, Dan! A sua vida vale muito mais.

            __A sua vale mais, Manuela. Os seus pais não me pagaram nada para eu estar fazendo isso. Mas eu tenho que fazê-lo. Eu destruí a sua antiga vida, os seus sonhos, os seus planos. E ainda confundi a sua cabeça, me aproveitei da sua fragilidade.

            __Você não se aproveitou de nada, Dan! __Insisto não me importando por estar chorando abertamente. Do que ele está falando?! __Esse foi o melhor mês da minha vida, Dan! E eu devo a você!

            __Manuela, você está confusa. Mas eu já estou conseguindo reparar os danos que eu cometi na sua vida. Você tem seus pais de volta, e assim que eu matar o Silas, você poderá voltar à sua cidade, aos seus amigos, aos seus planos, e ao seu namorado. Ele a ama como você merece, e você o ama também.

            __Dan, pare com esse discurso bondoso. Você não se importa com nada disso, nem eu. É claro que eu estou feliz por meus pais estarem vivos. E eu não quero ter que escolher entre a sua vida e a deles. Eu não conseguiria. Mas, por favor, não faça isso por mim. Eu nunca vou me perdoar se você morrer por minha culpa. Eu falei tantas besteiras naquele dia, mas estava chateada. Eu amo você, droga.

            __Manuela, você já está se tornando parecida comigo. E eu não quero isso. Eu já destruí minha vida por minhas próprias escolhas e não vou permitir que você destrua a sua. Se você ficasse comigo, aconteceria com a sua mãe o mesmo que aconteceu com a minha, e você levaria essa vida errante e arriscada que eu levo. E eu nem estaria vivo para chorar no seu túmulo, então ninguém choraria, como você me disse certo dia. Não é isso o que você quer, nem o que eu quero. Volte para os seus pais enquanto no seu caminho ainda há volta. Eu agradeceria se alguém tivesse me dado essa oportunidade antes, e me feito ver que ela era o melhor a se fazer.

            __Dan, e os nossos planos?! __Pergunto com meus dentes chocando-se entre si, enquanto as lágrimas ainda deixam o vento frio mais violento contra meu rosto.

            __Manuela, eu nunca aproveitei tanto a vida como nesse último mês. Você me fez ver, ouvir e sentir coisas que eu nunca havia experimentado. E mais do que isso seria pedir demais de uma vida que eu nunca respeitei. Mas você, Manuela, você merece ter uma vida maravilhosa, uma vida que eu não mereço.

            __Dan, não fala isso! __Exclamo me abraçando ao seu pescoço, e segurando seu rosto próximo ao meu. __Se você acha que eu tenho direito a ser feliz, saiba que eu não mereço o que você está fazendo comigo.

            __Manuela, é melhor você ir para dentro. Seus pais devem estar preocupados, e possivelmente vendo tudo isso. Eu disse que você ainda me odiaria por ter misturado as coisas. E você estava certa, eu estava sendo o vilão na sua vida. E eu espero que assim que eu for embora, nada mais vá contra os seus sonhos, e que todos eles se realizem.

            __O meu único sonho será sempre que você esqueça essas idéias idiotas e volte para mim. Eu espero que ele se realize.

            __Manuela, você é a melhor pessoa que eu conheço. É impossível não amar você. __E então os meus lábios, que já pareciam congelados pelo frio, se aquecem pelo rápido toque dos seus, os quais se afastam antes que eu possa realmente beijá-los, quando ele se distancia levando o seu casaco. E eu sinto que tudo ficará bem e que ele voltará para mim, embora seja difícil acreditar nisso quando Dan entra no carro me deixando para trás. Porque eu sei que nada de bom acontece quando estamos separados.

            Eu corro para dentro, de volta para as escadas e para o meu quarto ignorando o olhar furioso e incrédulo do meu pai, que provavelmente vira tudo, e o ar de reprovação da minha mãe.

            __Manuela, pare!__Ordena meu pai enfurecido. __Você pode me dizer o que foi aquilo?!

            __Eu amo o Dan, pai. E estaria com ele agora, se ele me quisesse.

            __Era natural, Agenor. Foi o preço que pagamos por ter deixado a Manuela com ele. Ela estava fragilizada e se envolveu, mas tudo já acabou.

            __Nada acabou, mãe. Não se depender de mim. E parem de falar em preço, como se as nossas vidas fossem apenas transações comerciais. Ele é uma das melhores pessoas que eu conheço. E não é tão diferente de você mesmo, pai. E eu não sou tão diferente de você, mãe. Eu perdôo vocês, por tudo o que fizeram. E só faço isso porque seguiram o coração de vocês, os seus sonhos. E peço que assim como fui benevolente com vocês, vocês sejam comigo, e aceitem os meus sentimentos. __E então eu corro de volta para minha cama, antes que a dor me imobilize e me faça gritar.

 

            Duas semanas. Duas semanas fugindo, usando disfarces, viajando de carro, trem, e aviões particulares, nomes e documentos falsos. Eu já deveria estar acostumada a isso. Eu passara um mês apenas fugindo, mas sem Dan, e na expectativa de receber notícias suas, era tudo muito mais insuportável.

            Meus pais pareceram mais tolerantes, com o silêncio preenchendo nossos momentos juntos, e eu sentia que eles evitavam falar o nome de Dan na minha presença, como numa tentativa de me poupar de um sofrimento que já estava alojado em meu peito por todo o tempo, o qual eu me esforçava em não transparecer.

            Dan esteve todas as noites comigo. Nos meus sonhos. Ora bons, relembrando seus beijos e seu toque, me permitindo sentir até mesmo seu cheiro. Ora ruins, revendo sua imagem, torturado pelos seguranças de Silas. Não importava se bons ou ruins, eu sempre acordava chorando, e sem fôlego, me encolhendo e me abraçando às minhas cobertas.

            Eu me impedia de gritar e assustar meus pais, revelando minha dor, mas se tornava cada vez mais difícil dormir, sem nunca saber o que me esperava. Algumas vezes, enquanto nós três estávamos juntos, eu via meu pai se afastar com seu celular e imaginava que fosse Dan se comunicando. Ele sempre retornava dando olhares cúmplices à minha mãe, mas que sempre pareciam conter boas notícias.

            Era como um bálsamo. E eu sabia que Dan ainda estava vivo. O meu coração se enchia de esperança, embora eu imaginasse que Dan não voltaria. Mas não importava, minha única preocupação, todas as horas do meu dia, era sua segurança. Depois eu me preocuparia em encontrar algum meio de procurá-lo, ou esperava que a distância estivesse tão insuportável para ele como estava para mim, o fazendo esquecer nossa discussão e voltar para os meus braços.

O silêncio se tornou meu maior companheiro, vivendo das lembranças de Dan, e me vi cada vez mais afastada dos meus pais. Era estranho tê-los ao meu lado, e eu sentia quase como se não os conhecesse. Mesmo os amando, percebia que um abismo havia se aberto entre nós e eu não sabia como atravessá-lo. Temia que tivesse construído uma barreira no meu coração, impedindo-os de ocupá-lo. Entretanto, eu sabia que os amava, mas era como se não tivéssemos mais nada em comum, exceto que nossas vidas, embora ainda existentes, pareciam destruídas.

Eu os via se esforçarem, tentando me incluir na família que eu acreditara ter perdido. Mas mesmo com suas companhias, era impossível não me sentir sozinha sem a presença de Dan. Eles ainda vinham ao meu quarto, falando de como nossa vida voltaria a ser como fora, mas suas vozes pareciam como ecos distantes. Eu me angustiava por tratá-los assim, mas todo o meu corpo e minha mente estavam em estado de alerta, pensando apenas em Dan, todo o tempo.

Era como se, no final das contas, eu precisasse escolher entre meus pais e Dan. E percebia que começava a optar por ele. Contudo, me consolava ao acreditar que se fossem eles na mesma situação, se eu estivesse com Dan sabendo que eles corriam perigo longe de mim, estaria da mesma forma.

E me perguntava todas as noites, todos os segundos, por que eu não podia ter todos ao mesmo tempo. Eu os amava com toda minha força e não me queria ver separada de nenhum deles. E cada vez mais tinha medo de que a própria vida decidisse por mim, me tirando um dos dois.

 

Meu pai agradece em castelhano á senhora que indica nosso apartamento num pequeno hotel, numa cidade provinciana na América Central. Eu me surpreendo, me perguntando como ele pode ter aprendido a falar tão bem.

Segurando minha mala, a mesma que Dan me dera há tanto tempo, com as mesmas coisas, uma vez que apenas alguns itens a mais meus pais puderam comprar, me dirijo ao meu quarto. A viagem fora cansativa, e dormir é tudo que quero, mesmo sabendo que terei mais um dos meus sonhos. Apenas peço que seja um dos bons, embora eu saiba que acordarei chorando em desespero da mesma forma.

Mas antes que eu alcance o quarto vejo meu pai atender ao telefone. Ele se distancia, no entanto o apartamento é pequeno, me permitindo segui-lo com o olhar. Meu pai parece apreensivo ao atendê-lo, porém logo sua expressão angustiada se alivia quando o vejo sorrir abertamente, desligando o celular, e abraçando minha mãe e a mim emocionado.

Eu não me impeço de compartilhar um momento de felicidade com meus pais, embora nem ao menos saiba o motivo. Entretanto vê-los felizes, após tantos dias de sofrimento e angústia, me faz sorrir em cumplicidade.

__Estamos livres, minhas princesas. __Meu pai inicia com sua voz entrecortada, e seu rosto ruborizado em excitação. __Finalmente, o Silas está morto e nunca mais nos perseguirá. Nós voltaremos para casa. Na verdade, para uma nova casa. Tudo será como antes.

Eu continuo a sorrir, mas estremeço antes mesmo de ver o olhar angustiado do meu pai se dirigir a mim. O meu corpo se contorce de dor, embora eu mal possa senti-lo. E acredito que antes mesmo de ouvir as palavras apavorantes do meu pai, o sinto tombar ao chão.

           

 Tudo parece enevoado. O meu corpo está insuportavelmente pesado, não mais que meu coração, que embora tenha se despedaçado, dilacerando minha alma, se aperta em meu peito, me fazendo gritar. O que eu faço, não me importando que meus pais estejam ajoelhados ao meu lado, implorando que eu me acalme. Eu mal consigo vê-los, em meio às minhas lágrimas, com minha mente turva. Eu grito, e grito, quando ninguém me parece ouvir. Dan! Dan! Dan! Você não pode ter me deixado, Dan! Não pode ter morrido, Dan!

Eu clamo, mas imagino que as palavras não façam mais sentido quando são expelidas pelos meus lábios trêmulos. Encolho-me no meu abraço, como que segurando meu corpo para que ele não continue a se fragmentar externamente, como acontece no meu interior.

Sinto meu pai me carregar até minha cama e minha mãe me oferecer um copo com água. A minha vista está escurecida, e eu os identifico apenas por suas vozes ao longe. Pequenos pontos de luz se apresentam a mim, me permitindo apenas ver o rosto de Dan. Seu rosto em agonia, enquanto os executores o torturam, tirando-lhe seu último sopro de vida.

Não! Não! Não! Exclamo repetidamente. Isso não pode ter acontecido! Não com Dan! É como se o mundo acabasse, no entanto sua destruição é dentro de mim, com suas lavas de fogo me corroendo por dentro, me aniquilando lentamente, como se a dor de todas as pessoas do mundo me afligisse ao mesmo tempo e não houvesse ninguém para me salvar. Porque Dan não está aqui, ele não está nem ao menos vivo, e eu sei que falta muito pouco para que todo o arrasamento que ocorre dentro de mim se espalhe por todo o mundo, por todo o meu mundo.

Eu me sinto tremer em espasmos de dor, quando meu pai me abraça. É impossível identificá-lo, mas sinto suas lágrimas se confundindo com as minhas, quando ele implora para que eu me acalme, que ele está aqui para me salvar.

Tento dizer para ele que para mim não há mais salvação, mas são apenas sons aterradores sem sentido que saem da minha boca. Porque não há como me salvar, uma vez que eu nunca poderei suportar outra dor como essa. E o melhor me parece desistir.

Se eu pudesse me matar com uma faca rasgando minha carne, ou uma corda em volta do meu pescoço me retirando o ar que já me falta entre meus soluços desesperados, não doeria mais do que agora. Nada me parece pior do que isso.

O arrependimento pelas palavras que eu dissera, tentando machucá-lo por eu também estar machucada, e por tê-lo deixado partir apenas me mortifica ainda mais. Eu ainda posso sentir seu olhar enternecido e magoado encarando os meus. Não devia ter permitido que ele se fosse. Eu havia prometido que nunca nos separaríamos e quebrei minhas juras.

Dan estava perdido, magoado, queria provar a mim, a meus pais, e até a si mesmo, que era bom. Mas eu não me importava, já sabia que ele era bom sem precisar passar por isso. Ele acreditava não merecer ser tão feliz, e eu deveria ter lhe mostrado que tinha esse direito.

A vida havia sido injusta com ele, por isso nunca a respeitara, e agora ela dava seu golpe fatal, me tendo como sua cúmplice. Sinto o abraço da minha mãe, sussurrando meu nome implorativamente com sua voz distante. Dan, Dan, me ouço balbuciar, quando a minha dor parece menos aguda, se tornando quase amena, embora eu sinta que ela nunca me abandonará.

Eu vejo meus pais saírem do quarto, quando pareço me tranqüilizar, ambos dizendo que tudo ficará bem, pois voltaremos para casa. No entanto, eu tenho certeza de que nada nunca ficará bem. Porque quando a vida lhe dá golpes tão fortes repetidamente, você começa a encará-la como alguém terrível, que realmente não se importa com você. Então por que se importar com ela?

Fecho os olhos, me abraçando ao meu travesseiro, ainda chorando ao imaginar Dan ao meu lado. Ainda posso sentir seus lábios, sua respiração agora inexistente contra minha orelha, arrepiando meus cabelos, no qual posso sentir suas mãos firmes e suaves.

Ele também me fizera ver, ouvir, e sentir coisas totalmente novas e maravilhosas, e eu me arrependo por não ter tido a oportunidade de dizer isso a ele. Dan também era a melhor pessoa que eu conhecera, uma vez que mesmo tendo passado por tudo o que passara na sua vida, ainda fora capaz de me amar, e principalmente, de me deixar amá-lo.

Ele me fez conhecer uma vida louca e intensa, me mostrando que não vale a pena viver temendo o amanhã, quando se tem a maravilha do hoje. Porém eu sinto que nenhum dia será novamente maravilhoso quando sei que Dan não o está vivendo, compartilhando comigo.

            E então sorrio, talvez enlouquecidamente, ao perceber que Dan conseguira provar que eu estava errada afinal. Porque ele conseguiu, no final das contas, alguém para lamentar sua morte, encarando-a como a pior coisa que já lhe aconteceu. Mas nunca imaginei que essa pessoa seria eu mesma e que tudo aconteceria tão depressa.

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